Veja Online
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Início
  • Notícias
    • Celebridades
    • Comunidade
    • Comportamento
    • Culinária
    • Mundo
    • Nacional
    • Tecnologia
  • Guia de Empresas
  • Eventos
  • Videos
  • EMPREGOS NO JAPÃO
INSCREVA-SE!
  • Início
  • Notícias
    • Celebridades
    • Comunidade
    • Comportamento
    • Culinária
    • Mundo
    • Nacional
    • Tecnologia
  • Guia de Empresas
  • Eventos
  • Videos
  • EMPREGOS NO JAPÃO
Sem resultado
Ver todos os resultados
Veja Online
Sem resultado
Ver todos os resultados

Reflexões acerca do problema da depressão

Reflexões acerca do problema da depressão
Share on FacebookShare on Twitter

Aventure-se em uma breve análise intimista do monstro conhecido por matar lentamente, e com requintes de crueldade

A depressão é vista como um dos principais males da modernidade, mas a doença está presente ao longo da história como uma das mais frequentes formas de desequilíbrio em seres humanos

“Um, dois, três… vá, você consegue. Você não apenas consegue, você também precisa. Um, dois, três… por favor, vamos, você não tem o dia inteiro.”

A frase acima assemelha-se ao discurso de alguém que tenta escalar uma montanha ou atingir alguma meta que requere esforço anormal, mas é só o tipo de coisa que um indivíduo deprimido fala para si mesmo ao tentar levantar da cama num dia comum. A depressão não é algo poético, ao contrário do que muitos pensam, e não é assunto para ser romantizado. Há um mito que cerca a condição, e ele precisa ser extinto. A depressão não ajuda pessoas criativas. O sofrimento pode inspirar, mas a depressão paralisa. É uma doença cruel, dolorosa e insidiosa, que leva o hospedeiro a ter vontade de pedir ajuda para tomar banho, pentear cabelos e escovar os dentes: ela leva embora a energia vital presente em cada um de nós, transformando tarefas simples como se alimentar em tarefas complicadas como erguer um monumento. É uma máxima: não há beleza na depressão.

Muitas vezes os incentivos não geram resultados, todo e qualquer esforço falha ou parece falhar, e a desistência se apresenta como a única saída viável. Após a ideia da desistência criar raízes firmes, a idealização do grand finale, o suicídio, parece se formar na mente do doente, límpida e nítida como uma pintura ou até mesmo como um filme.

Os mais diversos cenários são imaginados: do envenenamento (costuma ser descartado, pode ser extremamente doloroso e falho) até o tiro fatal da misericórdia, da auto-defenestração até a overdose, tudo é levado em consideração. Os prós e contras são ponderados. É possível que o deprimido considere que é melhor deixar o tiro pra lá, afinal, ninguém gosta de limpar sujeira, e morrer de forma serena não parece uma má ideia. Para completar, conseguir uma arma não é muito fácil em grande parte dos casos. Infelizmente, muitos doentes abraçam algum dos métodos, o método escolhido decide abraçar de volta, e é assim que o monstro consegue mais um soldado para seu exército em constante expansão.

Mas é difícil que pessoas vivas cometam suicídio: a maior parcela dos suicidas é constituída de mortos que caminham entre os vivos, até que se cansam do ciclo vicioso e estabelecem o que acreditam ser um fim definitivo para a dor.

Ainda bastante incompreendida, a condição leva os portadores a serem vítimas de preconceitos e julgamentos, estes que são alguns dos principais aspectos sociais da doença. Além de suportarem diversos martírios dentro de si mesmos, depressivos são julgados “preguiçosos”, “inúteis”, muitas vezes escutam insultos de pessoas próximas, aquelas que deveriam ajudar e cuidar: “Levante daí, você não cansa de ficar nessa cama o dia inteiro?”, “E então, quando você vai decidir fazer algo da sua vida?”, “Você parece bem, não parece doente, está rindo, será que não poderia fazer algo que preste?”, “Me poupe, isso não passa de frescura”.

Além disso, é comum que pessoas deprimidas não suportem ouvir o termo “reagir”. “Reaja!”, o mundo parece gritar em uníssono. Por favor, parem. É uma situação extremamente delicada. Não é assim que funciona, não foi e nunca será. Depressão não é tristeza. Estamos reagindo, mas estamos acorrentados, e do que adianta tentar fugir quando seu carcereiro decidiu te acorrentar? O único resultado que será possível obter é o cansaço, e nossos corpos já não comportam mais qualquer adição de cansaço. Estamos fazendo o possível.

Não há depressão que seja igual. Diferentemente da gripe ou de qualquer outro vírus terrível que possa torturar nossos corpos, a depressão é única para cada portador, o que faz dela um martírio solitário. É a doença da solidão, do isolamento, e, por fim, da ausência de amparo. Muitas pessoas deprimidas são abandonadas ou ignoradas por seus familiares, cônjuges e amigos quando mais precisam de conforto e ajuda. As pessoas cansam e vão embora. Não queremos dar trabalho, não queremos causar desconforto, mas precisamos de amor. Não pedimos para ter uma doença. Da mesma forma que alguém não escolhe um câncer, não escolhemos desenvolver a depressão.

O amor é um aliado porque nos fortalece, e nos torna mais esperançosos no que tange a luta diária por coisas que não deveriam envolver lutas: é como se, ao sentirmos que somos amados, estivéssemos lutando com um propósito que não é apenas o de permanecermos vivos. Se você conhece alguém que sofre de depressão, demonstre compaixão. Desenvolva sua empatia, ela pode salvar uma vida. Se você sofre de depressão, tente buscar o amor. Se não o encontrar no outro, busque-o dentro de si.

Como se não fosse doloroso o suficiente o fato de estarmos sendo julgados com frequência, também ocorre de sermos interpretados das piores formas possíveis. O inferno parece não ter fim: se elaboramos alguma desculpa para não sairmos de casa em determinado dia, somos péssimos amigos. Mas não somos, na verdade. Acreditem que zelamos por nossas amizades, acontece que não queremos preocupar ninguém ao sermos obrigados a dizer coisas como “desculpe, hoje não, talvez na semana que vem, sabe, faz três dias que tento sair da cama e não consigo, mas hoje consegui ir até a cozinha e fazer um lanche, de tanta felicidade por ter feito isso eu poderia dançar frevo se tivesse alguma energia restante”. Ou então: “não acho que é uma boa ideia ir naquele encontro de hoje, eu acabo de ter uma crise de choro no chão do meu quarto e agora estou deitada em posição fetal”. A maioria das vítimas da depressão crê que é bom evitar contribuir para que sejam vistas como “loucas”, e omitem detalhes de suas lutas diárias contra a doença na tentativa de sentirem-se mais “normais”.

Mas, afinal, o que é a normalidade? O que é normal para um peixe é completamente insano para uma zebra. Os conceitos de “loucura” e “normalidade” foram bastante distorcidos ao longo da história da humanidade, e, em todo caso, são tão relativos e complexos quanto o conceito de “perfeição”: se o que é perfeito para um não é perfeito para outro, a perfeição absoluta não existe. E a tentativa de se enquadrar no padrão do supostamente “perfeito” ou até mesmo da “normalidade” é uma grande armadilha. Não é possível se enquadrar no que não existe. De perto, somos todos uns loucos, e nem toda loucura é algo negativo.

A depressão é traiçoeira, e costumo compará-la com uma árvore repleta de galhos. Dificilmente um deprimido será apenas um deprimido. Muitas vezes ele também é ansioso, é bipolar, é borderline, é obsessivo-compulsivo, é anoréxico, é bulímico, é vítima de transtorno do estresse pós-traumático, é esquizofrênico. Há uma miríade de condições que podem acompanhar a depressão, e elas caminham lado a lado, em algo que pode ser visto como uma espécie de complô para drenar a vida da vítima.

Muitas vítimas da depressão insistem no fato de que, na verdade, não estão doentes, não estão deprimidas, não precisam de ajuda, mas estas pessoas não apenas estão deprimidas como também possuem outras condições eclodindo no fundo de suas mentes: condições tão complicadas e dolorosas quanto a depressão em si.

Por experiência própria, é válido ressaltar que a meditação pode ser como o oásis no deserto da tormenta para algumas pessoas. Foi o meu caso. Através dela, é possível reestabelecer um tipo de conexão com seu verdadeiro eu, conexão esta que é muitas vezes destruída pela depressão, fazendo com que o deprimido sinta-se “completamente perdido” e não saiba para onde ir, quem procurar ou o que fazer. A meditação leva clareza para onde há escuridão: é como a amiga solícita que bate na sua porta e te entrega uma lanterna ao ver que faltou luz em sua casa. Há os que preferem antidepressivos, mas a eficiência de tais medicamentos é propensa a questionamentos e é tema de debates acirrados entre psiquiatras: apesar de algumas obterem verdadeiro êxito, nem todas as pessoas respondem bem ao tratamento com intervenção medicamentosa. Sempre nutri certa recusa ao tratamento com auxílio de fármacos por medo de virar uma escrava das companhias farmacêuticas, que, segundo algumas pessoas, tratam clientes, e não doentes. A última coisa que preciso, eu costumava dizer para mim mesma no auge da dor, é virar dependente química agora: já estou no meio de uma luta e não creio ser necessário participar de outra.

Por ser natural, procurei refúgio na meditação, e descobri que é possível estabelecer paz no caos. É possível decorar o abismo de forma a torná-lo habitável, e o resgate não é imediato, mas ele acontece. E, quando você menos espera, pode se ver fora do abismo pela primeira vez em muito tempo. É uma sensação única, talvez inigualável, e pode ser comparada com o ato de receber um novo par de olhos: é como enxergar o mundo pela primeira vez novamente.

CompartilharTweetEnviarCompartilhar
Post Anterior

Fóssil de samurai inglês do século XVII é encontrado no Japão

Próximo Post

Mitos e verdades sobre o ar condicionado veicular

Redação Veja Online Japão

Redação Veja Online Japão

Mais Posts

Matheus Ceará já está no Japão para turnê com shows em diversas províncias
Celebridades

Matheus Ceará já está no Japão para turnê com shows em diversas províncias

2025-11-21
Curso de Fotografia para Iniciantes com Alex Santos começa no dia 26 de outubro em Gifu
Business

Curso de Fotografia para Iniciantes com Alex Santos começa no dia 26 de outubro em Gifu

2025-10-15
1ª Conferência “Resgatadas no Deserto” promete um encontro de fé, cura e esperança neste sábado em Aichi
Celebridades

1ª Conferência “Resgatadas no Deserto” promete um encontro de fé, cura e esperança neste sábado em Aichi

2025-10-07
Taiyo Corporation promove 1º Fórum de Educação sobre inclusão e bilinguismo de crianças imigrantes no Japão
Business

Taiyo Corporation promove 1º Fórum de Educação sobre inclusão e bilinguismo de crianças imigrantes no Japão

2025-10-02
Edilene Muto celebra estreia literária internacional em coquetel de lançamento em Okazaki
Business

Edilene Muto celebra estreia literária internacional em coquetel de lançamento em Okazaki

2025-09-29
Celebridades

Saulo Fernandes encerra turnê Japão com show intimista, MPB, axé e festa surpresa de aniversario

2025-09-13
Deixe o seu Comentário

As Mais Lidas

Shibuya cancela contagem regressiva do Ano Novo
Notícias

Shibuya cancela contagem regressiva do Ano Novo

2025-12-04
Daikon no Namasu (Salada de Nabo com Cenoura ao Vinagre)
Culinária

Daikon no Namasu (Salada de Nabo com Cenoura ao Vinagre)

2018-10-01
Gasolina no Japão atingiram o seu valor mais alto em quase três anos
Notícias

Gasolina no Japão cai ao menor nível em quatro anos

2025-12-04
Crianças que não têm um horário certo para dormir têm mais problemas de comportamento, diz pesquisa
Comportamento

Crianças que não têm um horário certo para dormir têm mais problemas de comportamento, diz pesquisa

2020-04-30
  • Início
  • Notícias
    • Celebridades
    • Comunidade
    • Comportamento
    • Culinária
    • Mundo
    • Nacional
    • Tecnologia
  • Guia de Empresas
  • Eventos
  • Videos
  • EMPREGOS NO JAPÃO
    Go to the Customizer > JNews : Social, Like & View > Instagram Feed Setting, to connect your Instagram account.
Sem resultado
Ver todos os resultados

© 2021-2023 Veja Online JP – Notícias & Entretenimento do Japão.

Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Início
  • Notícias
    • Celebridades
    • Comunidade
    • Comportamento
    • Culinária
    • Mundo
    • Nacional
    • Tecnologia
  • Guia de Empresas
  • Eventos
  • Videos
  • EMPREGOS NO JAPÃO

© 2021-2023 Veja Online JP – Notícias & Entretenimento do Japão.