Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outros e compreender os seus sentimentos. É, também, aquilo que move os seres humanos a ajudar uns aos outros quando vêem um semelhante em situação de necessidade, ou se sentirem felizes pela alegria do próximo. Um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores das universidades de Toronto, no Canadá e Penn State, nos EUA, descobriu que as pessoas evitam sentir empatia, pois, ela demanda muito esforço mental.
Segundo o líder do projeto, o professor de psicologia Daryl Cameron, “Existe uma presunção comum de que as pessoas abafam sentimentos de empatia pois eles podem ser deprimentes ou lhes custar dinheiro, como fazer doações para caridade. Mas percebemos que as pessoas, essencialmente, apenas não querem fazer o esforço mental de sentir empatia para com os outros, mesmo quando isso envolve sentir emoções positivas.”
O que isso significa? É mais comum falarmos sobre empatia quando outras pessoas estão sofrendo. Por exemplo, é compreensível que uma pessoa evite olhar para um morador de rua sabendo que não conseguirá ajudá-lo de verdade, pois, não tem dinheiro para tal. Ou evitar ler sobre crises de refugiados porque a situação é muito triste. Entretanto, o estudo descobriu que evitamos nos colocar no lugar dos outros mesmo em situações felizes, como quando recebemos uma boa notícia.
No experimento conduzido pelos pesquisadores, os 1200 participantes recebiam duas pilhas de imagens, nelas haviam crianças refugiadas. Os pesquisadores pediam então que eles escolhessem entre uma das pilhas, para a uma eles deveriam apenas descrever como as pessoas eram fisicamente, na outra eles deveriam exercer empatia e descrever o que acreditavam que as pessoas estavam sentindo.
O mesmo experimento foi feito com fotos de pessoa felizes e em ambos os casos o resultado foi muito parecido. Apenas 35$0 escolheram a pilha em que eles precisavam sentir empatia, mesmo que o sentimento fosse de alegria; mesmo não envolvendo custo financeiro algum para eles.
Ao final do experimento foi feita uma enquete, nela a maior parte dos participantes declarou que sentir empatia era mais desafiador mentalmente e que eram piores nisso do que em descrever características físicas. Os pesquisadores também perceberam que, se eles incentivassem os participantes a escolherem a empatia, ou os encorajassem dizendo que eram bons nisso, os resultados eram diferentes.
Sobre isso o professor Cameron disse: “Se pudermos alterar as motivações das pessoas para que elas sintam empatia, então isso é uma boa notícia para sociedade. Isso poderia encorajar as pessoas a procurarem grupos que precisam de ajuda, como imigrantes, refugiados e vítimas de desastres naturais.”