Um planeta massivo descoberto por astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), na última semana, intrigou pesquisadores por conta de sua órbita incomum, que circula a estrela do seu sistema em um grande elipse.
A descoberta do exoplaneta foi possível através do método de velocidade radial. Uma forma de estudo que detecta novos mundos através da análise de eventos em estrelas próximas a esses planetas. Porém, esse estudo normalmente exige a observação completa do período orbital dos corpos, o que pode levar dezenas ou até centenas de anos.
De acordo com o Caltech, planetas com órbitas elípticas já foram encontrados, contudo, nenhum deles se localizava tão distante de suas estrelas centrais. O novo planeta, nomeado HR 5183 B, demora de 45 a 100 anos para circundar sua estrela e possui três vezes a massa de Júpiter.
“Esse planeta passa maior parte do tempo vagando na outra parte do seu sistema planetário em uma órbita bem fora de centro, então ele começa a acelerar até ser lançado ao redor de sua estrela”, comentou o professor de astronomia, Andrew W. Howard.
Trazendo para perto
Uma simulação apresentada pelo Caltech, mostra como a órbita incomum desse planeta funcionaria se estivesse no sistema solar. Na demonstração é possível ver que, em certo ponto, a órbita do HR 5183 B teria um tamanho próximo à de Júpiter, mas após isso ele seria lançado para além da órbita do último planeta do sistema solar, Netuno. “Outros planetas detectados a grandes distâncias de suas estrelas geralmente têm excentricidades pequenas, ou seja, têm órbitas mais circulares”, comenta a autora principal do estudo, Sarah Blunt.
Conforme publicação do Caltech, para que a nova descoberta chegasse a essa órbita tão incomum, foi necessário um “empurrão gravitacional” vindo de outro corpo celeste. Um planeta vizinho de tamanho similar ao HR 5183 B teria criado a excentricidade orbital devido a conflitos de forças gravitacionais, relatam os pesquisadores.
A descoberta demonstra que o entendimento sobre exoplanetas tem um longo caminho a percorrer. Prova disso são corpos com características nunca avistadas anteriormente pela comunidade científica.