Mesmo com um tsunami tendo arrasado com a cidade de Kamaishi, no Japão, a cidade permaneceu de pé. Em uma das maiores tragédias da história japonesa, prédios, casas, praças, quase tudo foi levado pela correnteza. Oito anos depois, no Kamaishi Memorial Stadium, Fiji e Uruguai se enfrentaram. A partida não foi só mais uma. No local, o que existia era a normalidade e a honra da população ao poderem ver a volta por cima de todo um povo, mesmo com tantos problemas.
Como o povo japonês tem o histórico de volta por cima, essa foi “só mais uma” que tiveram que enfrentar. Desde a Segunda Guerra Mundial, a população criou uma força patriótica de auxílio e cooperatividade. Se colocar no lugar do próximo, lá, não é uma opção. Agora, de tanta força que o povo conseguiu encontrar dentro de si, eles têm vida e uma seleção de rugby extremamente competitiva.
A tragédia
No centro de treinamento da seleção de Fiji, laços azuis marcam onde a água chegou, na tsunami. A altura marcada em diferentes lugares faz com que eles não esqueçam do que passaram. Esta é a maneira deles homenagearem e lutarem todos os dias para honrar os que se foram.
O minuto de silêncio que ocorreu antes da partida foi mais do que uma simples homenagem. Foi um aviso de que o futuro chegou e que o país superou tamanha tragédia.
De momentos de honra, superação e glória são feitos o rugby. O que se sentiu na partida de hoje de madrugada (às 2h no horário de brasília) foi a preocupação em homenagear adequadamente tudo e a todos. Embora extremamente importantes, jogo e resultado ficaram em segundo plano.
A transição da dor para um futuro próspero, através do rugby, é tão interessante quanto o Mundial. A essência de superação nunca foi tão bem exemplificada em uma Copa do Mundo de Rugby. O lema do esporte, de “aproveitar o jogo”, é exatamente o que o povo japonês está fazendo. E não pelo resultado em si, mas sim, pelo fato de eles saberem que o que estão vivendo é um novo começo.