Uma pesquisa realizada pelo Internet Institute de Oxford, e publicada na revista Clinical Psychocological Science, de acesso público, apoia o argumento de que jogos eletrônicos não causam problemas psicológicos em crianças ou adolescente, mas sim, que pessoas que já apresentam distúrbios de ordem psicológica estão mais propensas a ficar viciadas em games.
Descoberta questiona resultado da OMS
Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez um estudo parecido, mas suas conclusões apontaram justamente o contrário. Para a entidade, o relacionamento problemático com os jogos é que gerava a falta de capacidade dos jovens de interagir em sociedade.
Desde então, houve um aumento do debate científico sobre o assunto, que criou a necessidade de se expor novos pontos de vista.
As novas conclusões
O estudo de Oxford foi realizado com 1.004 adolescentes do Reino Unido, a envolveu seus responsáveis diretos. Os responsáveis tiveram que avaliar a capacidade dos jovens de lidar com os problemas da vida, tentando resolvê-los ou disfarçando-os.
Já os jovens, tiveram que responder a 24 questões sobre as necessidades psicológicas do seu dia a dia, se elas estavam sendo atendidas ou não. Eles também precisaram responder a outras nove questões sobre indicadores do vício em games.
Dos 1.004 adolescentes, 525 disseram que jogam em média três horas por dia. Desse grupo, 55% apresentaram apontaram ao menos um dos indicadores de vício em games, sendo que outros 23% foram classificados com ao menos três indicadores.
Os pesquisadores observaram que os jovens que foram considerados viciados e passam mais tempo jogando são aqueles cujos responsáveis registraram uma maior incidência de distúrbios psicossociais.
A partir dos dados coletados, a universidade concluiu que tanto o vício em games quanto os distúrbios psicossociais podem ser frutos de frustrações psicológicas enfrentadas pelos jovens, e não a causa do problema em si.