Um artigo liderado pelos professores Rupert Sutherland, da Te Herenga Waka-Victoria University de Wellington, e Gerald Dickens, da Rice University, traz uma nova perspectiva de formação geológica do antigo continente da Zelândia, quebrando a teoria consolidada em 1972 durante expedição ao território, determinando que a constituição submersa da região foi uma consequência da separação supercontinente de Gondwana, há 85 milhões de anos.
O estudo, publicado no periódico Geology, apresentou os resultados de uma nova visita ao continente, em que a equipe de Sutherland colheu diversas amostras da superfície local. Os materiais, agrupados durante um período de nove semanas de exploração na região do Mar da Tasmânia, indicaram, após uma bateria de testes, uma nova possibilidade para a atual formação da terra zelandesa: o surgimento do Círculo do Fogo do Pacífico.
“Propomos que um ‘evento de ruptura por subdução’ se propagou por todo o Pacífico ocidental naquele tempo”, disse Sutherland. “Sugerimos que o processo foi semelhante a um grande terremoto superlento que ressuscitou falhas antigas de subdução as quais permaneceram adormecidas por muitos milhões de anos. Esse conceito de ‘ressurreição de subducção’ é uma ideia nova e pode ajudar a explicar uma série de observações geológicas diferentes.”
Continente perdido
Segundo os pesquisadores, as instabilidades na cadeia vulcânica do Pacífico geraram ondas de altitude nas terras que encontravam-se submersas há 50 milhões de anos atrás, elevando-as ao nível do mar e, após isso, rebaixando-as subitamente para profundidades muito abaixo das iniciais. O processo da subdução, onde as placas tectônicas alcançam maiores altitudes para depois tornar a afundar, pode ter sido o causador da formação geológica do continente.
A influência do Círculo do Fogo pode ter afetado, em diferentes proporções, ao menos outras duas massas de terra durante a mesma época, que também sofreram instabilidades de altitude e alcançaram profundidades maiores que as originais.
Com os resultados das análises de amostras, os cientistas acreditam que as evidências ajudarão a “descobrir com mais detalhes como e por que isso aconteceu e quais foram as consequências disso para as plantas, os animais e o clima regional”, já que formações históricas como as cadeias montanhosas do Pacífico podem “alterar drasticamente a geografia dos continentes.”