O vice-ministro da Justiça do Japão, Hiroyuki Yoshiie, afirmou nesta segunda-feira (2) em Beirute, que quer que o executivo brasileiro Carlos Ghosn, foragido no Líbano desde dezembro, seja julgado em território japonês.
“É óbvio que Ghosn deveria ser julgado no Japão, e esta posição foi comunicada ao governo libanês. Os dois países têm que coordenar as ações neste caso”, declarou Yoshiie em entrevista coletiva na capital libanesa, aonde chegou no último sábado.
No entanto, o político não quis dar mais detalhes sobre a coordenação com as autoridades libanesas ou sobre as reuniões que ele teve em Beirute. “É um grande caso e há um julgamento pendente”, justificou-se.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, se encontrou com Yoshiie na manhã desta segunda-feira e lembrou que não há qualquer acordo de cooperação judicial ou repatriação entre os dois países.
Aoun também disse que seu país tentou contatar as autoridades japonesas repetidamente desde a prisão de Ghosn e o início de uma investigação contra o ex-presidente da aliança entre Renault e Nissan e não obteve resposta oficial. Yoshiie preferiu não responder.
Ghosn fugiu do Japão em 29 de dezembro, onde estava sendo processado após sua primeira prisão, ocorrida em Tóquio, em 19 de novembro de 2018.
O executivo, que tem nacionalidades francesa, libanesa e brasileira, deixou o Japão antes da meia-noite do dia 29 de dezembro via aeroporto internacional de Kansai, e a bordo de aviões privados viajou primeiro para a Turquia e depois para o Líbano.
O fugitivo não passou por nenhum controle de imigração no Japão, pois, segundo fontes próximas ao empresário, ele se escondeu dentro de um baú para chegar à aeronave.
Ele entrou no Líbano com um passaporte francês e um documento de identidade libanês, informaram na ocasião as autoridades do país árabe.