Ritmo acelerado
Ainda não faz uma década que pesquisadores japoneses descobriram como ler as horas no relógio biológico humano, e menos tempo ainda desde que a descoberta dos ritmos circadianos ganhou o Nobel.
Agora, outra equipe japonesa descobriu compostos químicos capazes de acertar o relógio biológico humano, permitindo, por assim dizer, “estender o tempo biológico” – até agora as manipulações do relógio biológico eram feitas com luz.
O relógio biológico, ou circadiano, controla uma variedade de fenômenos biológicos que ocorrem ao longo do dia, como dormir e acordar. E hoje já se sabe que nossos tecidos e órgãos têm seus próprios relógios biológicos.
A perturbação desses ritmos naturais tem sido associada a muitas doenças, como distúrbios do sono, síndrome metabólica e até câncer.
Assim, o desenvolvimento de substâncias capazes de regular componentes específicos do relógio circadiano fornece uma plataforma para o tratamento terapêutico dessas doenças, além de aumentar a compreensão da base molecular da função desses ritmos.
Gordura marrom
Simon Miller e seus colegas descobriram duas pequenas moléculas – KL101 e TH301 – que prolongam o tempo do relógio circadiano ao controlar seletivamente dois componentes do relógio – CRY1 e CRY2, respectivamente.
Como primeira linha de ação, em busca da utilização terapêutica da sua descoberta, a equipe pretende a seguir verificar se os compostos KL101 e TH301 podem ser usados para o tratamento terapêutico da obesidade.
Isto porque, ao fazer seus experimentos, eles descobriram que os dois componentes do relógio biológico – CRY1 e o CRY2 – são necessários para a diferenciação dos adipócitos marrons, células da chamada “gordura boa”, que queima energia, em vez de armazená-la.