As pesquisas de vacinas para combater o novo coronavírus continuam no mundo todo. Nos Estados Unidos, a empresa farmacêutica Moderna, com sede em Cambridge, Massachusetts, divulgou na última terça-feira (12) seus avanços com relação à imunização que está desenvolvendo.
A companhia afirmou que, embora os estudos estejam em estágios acelerados, depois de aprovada pela agência federal de saúde do país, a vacina passará para uma terceira fase de testes no próximo mês. Vale lembrar que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 100 pesquisas sendo desenvolvidas em diferentes lugares, como na Universidade de Oxford.
O fast track, selo regulador norte-americano para experimentos farmacêuticos que ressalta a urgência do caso, foi concedido pela Food and Drug Administration (FDA). A pesquisa se concentra no progresso do até então chamado mRNA-1273, que, caso continue a surpreender positivamente os desenvolvedores, poderá ser de fato uma vacina eficaz contra a covid-19.
Nova fase, novo avanço
A nova etapa de testes da vacina, que deverá ser iniciada em junho, poderá ser aplicada em diversas pessoas, segundo a empresa norte-americana. Durante o verão no país, os pesquisadores pretendem monitorar os efeitos colaterais que o medicamento poderá causar. Contudo, será somente a partir dos resultados da fase 3 que a organização dará um veredito, positivo ou negativo, sobre o produto.
Vale destacar que a corrida com relação ao desenvolvimento de vacinas tem levantado diversos debates entre autoridades políticas e empresas farmacêuticas para saber quem seria a primeira a conseguir uma arma capaz de acabar com ou controlar a pandemia.
Em média, o processo de desenvolvimento de uma imunização pode levar anos para ser concretizado, mas com a pandemia do coronavírus matando tantas pessoas no mundo todo e infectando mais de 4 milhões, as vacinas têm obtido retornos impressionantes em muito pouco tempo. A OMS ressalta que um controle eficiente ainda pode demorar para ficar pronto, levando de 12 meses a 18 meses para que tenha seu desenvolvimento testado e aprovado por completo.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) também reforçou esse discurso, pedindo cautela às autoridades no que tange à fabricação de uma vacina. “Muitos especialistas e muito dinheiro estão sendo aplicados na descoberta de vacinas e de tratamentos e, apesar de haver algumas opiniões muito otimistas, isso não acontecerá tão depressa”, afirmou Sergio Brusin, especialista principal do ECDC, em entrevista à agência Lusa.