Imagens registradas pelo Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (VLT), no Chile, revelaram o nascimento de um exoplaneta na constelação de Auriga, há 520 anos-luz de distância da Terra. A descoberta foi feita por astrônomos da Organização Europeia de Pesquisa Astronômica (ESO).
No estudo publicado no Astronomy & Astrophysics, nesta quarta-feira (20), eles relatam que fotos anteriores, registradas por outros telescópios, já mostravam braços em espiral se formando em um imenso disco de poeira e gás, ao redor da estrela AB Aurigae. Segundo os pesquisadores, tais espirais são evidências de mundos recém-formados.
Com as análises feitas a partir das imagens obtidas pelo VLT, eles conseguiram uma observação mais detalhada do fenômeno, que revelou algo diferente, uma torção nos braços espirais. E é neste local que provavelmente o planeta bebê está se formando.
Este tipo de torção é descrito em alguns modelos teóricos de formação de planetas, de acordo com a pesquisadora do Laboratório de Astrofísica de Bordeaux Anne Dutrey, coautora da pesquisa. Ela destaca ainda que a formação estaria ocorrendo relativamente longe da estrela AB Aurigae, o equivalente a cerca de 30 vezes a distância entre a Terra e o Sol.
Mistérios da formação de exoplanetas
As observações feitas por meio do VLT podem ajudar a elucidar muitos mistérios em relação à formação de exoplanetas, tema ainda pouco conhecido. O fenômeno observado corresponde à conexão de duas espirais, segundo Dutrey: “Uma girando para dentro da órbita do planeta, a outra expandindo para fora”.
E no ponto de encontro delas, fica o local de formação: “Elas permitem que o gás e a poeira do disco se acumulem no planeta em formação e o fazem crescer”, complementou a cientista.
O líder do estudo e pesquisador do Observatório de Paris Anthony Boccaletti ressalta a importância de descobertas como esta: “Precisamos observar sistemas muito jovens para realmente capturar o momento em que os planetas se formam”, afirmou.