Hong Kong, que é considerada o principal centro dos negócios globais, passa por uma crise com constantes protestos pró-democracia contrários à influência chinesa no território semi-autônomo. O Japão, que há décadas tenta colocar Tóquio em uma posição competitiva frente a Hong Kong, poderá aproveitar a brecha e atrair as companhias, segundo reportou o jornal britânico “Financial Times”.
Segundo o jornal, os esforços de Tóquio para atrair as empresas foi estimuladao pela nova lei de segurança nacional, aprovada pelo Parlamento chinês no final do mês passado, e que teve seu texto base divulgado neste fim de semana.
O texto estipula que a lei em tramitação tenha precedência sobre as normas de Hong Kong, entrando em conflito com as leis vigentes. Por mais que os países do Ocidente temam pelo fim da autonomia do território, que representa um dos maiores centros comerciais do mundo, o Parlamento chinês aprovou a proposta.
O congresso da China aprovou por 2.878 votos à favor e um contra, com seis abstenções, a lei que proíbe subversão, secessão, terrorismo e interferência estrangeira em Hong Kong — para a visão de algumas empresas, isso poderá influenciar os negócios ali realizados.
Japão aproveita tensões para fortalecer a economia de sua capital
Nas últimas semanas, quando questionado se Tóquio deveria ter como alvo as empresas do segmento financeiro, o primeiro-ministro Shinzo Abe disse que “promoveria ativamente” a entrada das companhias.
Segundo o “Financial Times”, as possibilidades na mesa se concentram na teoria de que, caso as tensões em Hong Kong sejam elevadas, gestores de grandes fundos de investimento poderiam levar suas instalações para fora da ex-colônica britânica.
Os responsáveis por tentar elevar Tóquio como o novo centro financeiro do planeta mantêm constantes conversas com as instituições localizadas em Hong Kong, sobretudo as que possuem mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,31 bilhões) sob gestão.
No entanto, pessoas envolvidas com a promoção da capital do Japão como alternativa à Hong Kpng admitem que é pouco provável que ocorram mudanças significativas na política tributária no país, embora conversas estejam em curso para que pequenas alterações façam de Tóquio mais atraente.