A Rússia anunciou, que proibirá a entrada do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e outros funcionários de alto escalão por um período indefinido em uma nova rodada de sanções contra o Japão, em meio às crescentes tensões entre os dois países devido à crise na Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, visa 63 cidadãos japoneses, incluindo o ministro das Relações Exteriores Yoshimasa Hayashi, o ministro da Defesa Nobuo Kishi e o secretário-chefe do gabinete Hirokazu Matsuno.
Amplamente visto como uma retaliação à série de medidas punitivas do governo japonês contra a Rússia. O ministério acusou Tóquio de lançar uma “campanha anti-russa sem precedentes com retórica inaceitável” e prejudicar sua economia e prestígio internacional.
Autoridades japonesas acreditam que a proibição não terá impacto no governo, pois não tem planos de enviar uma figura importante à Rússia.
Executivos de grandes organizações de mídia japonesas, como o Yomiuri Shimbun e o jornal de negócios Nikkei, e professores universitários também foram incluídos na lista divulgada pelo ministério.
Com os Estados Unidos e países europeus, o Japão implementou uma série de sanções contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia, incluindo o congelamento dos bens do presidente russo Vladimir Putin e outros funcionários.
A Rússia já impediu a entrada de vários líderes ocidentais no país, incluindo o presidente dos EUA Joe Biden, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, em retaliação às sanções impostas pelas nações.
As relações entre o Japão e a Rússia atingiram seu nível mais baixo em décadas.
Depois que o Japão se juntou aos esforços do Ocidente para apertar a economia da Rússia, o Ministério das Relações Exteriores do país disse em março que suspenderá as negociações para um tratado de paz pós-guerra com Tóquio.
O ministério russo também disse que interromperá um programa de isenção de visto que permitia que ex-residentes japoneses visitassem periodicamente as ilhas controladas por Moscou e reivindicadas pelo Japão ao largo de Hokkaido, ao mesmo tempo em que indica que se retirará das atividades econômicas conjuntas nas ilhas disputadas.
“Como as negociações sobre os Territórios do Norte foram suspensas, não é possível que o Japão tome uma atitude mais conciliadora em relação à Rússia”, disse um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Japão em referência à disputa territorial de décadas que impediu os dois países de celebração de um tratado de paz.
No mês passado, o parlamento do Japão deu luz verde para retirar a Rússia do status comercial de “nação mais favorecida”, fazendo com que perdesse benefícios como tarifas baixas. Também expulsou oito russos, incluindo diplomatas da Embaixada da Rússia em Tóquio.
A Rússia disse na semana passada que também expulsará oito diplomatas japoneses.
Fonte: NHK World-Japan