Em uma temporada com poucos ciclones tropicais, o super tufão Hinnamnor é o primeiro de sua categoria. Ele desenvolveu-se sobre o oceano Pacífico a leste das Ilhas Ogasawara, e moveu-se para oeste sobre as águas quentes. As condições em altura impulsionaram seu rápido desenvolvimento e, quando chegou à província de Okinawa, no sul do Japão, estava em condições de categoria 5, com rajadas superiores a 270 quilômetros por hora.
Nessa região, Hinnamnor começou a interagir com a tempestade tropical 13W, que se formou ao sul de seu trajeto. Quando dois vórtices ciclônicos interagem, eles começam a girar em torno um do outro, algo conhecido como efeito Fujiwhara, em homenagem ao meteorologista japonês Sakuhei Fujiwhara, que o definiu pela primeira vez em 1921. Por este motivo, Hinnamnor tem uma trajetória errática que o mantém sobre o sul das ilhas Ryukyu, na província de Okinawa.
Nesse período de tempo perdeu intensidade até atingir a categoria 3, que, de qualquer forma, com ventos de 225 km/h, chuva acumulada de mais de 500 milímetros e ondas fortes continua sendo uma séria ameaça à vida humana. Os modelos preveem que a tempestade tropical 13W acabará por ser absorvida pelo super tufão, que a partir de então começará um caminho lento para o norte sobre as águas do Mar da China oriental.
Okinawa, a grande afetada
A ilha de Taiwan também será severamente afetada pela proximidade do tufão, com uma forte circulação de nordeste e chuvas que podem ultrapassar os 350 milímetros. Taipei, sua capital, pode ter rajadas de 90 quilômetros por hora durante a semana. O Serviço Meteorológico do Japão (JMA) estima que o ciclone se deslocará para o norte no fim de semana, atingindo novamente a categoria 4 na segunda-feira, com vento sustentado de 215 km/h.
Se esse cenário for confirmado, tanto a Coreia do Sul quanto o sul do Japão, da ilha de Kyushu ao centro e sul de Honshu, poderão ser severamente afetados. No caso do Japão, cidades como Nagasaki e Fukuoka podem ter ondas extremas, rajadas na área urbana próximas a 200 km/h e chuvas acumuladas acima de 300 milímetros.
O mesmo cenário seria possível em todo o Estreito da Coreia, na Coreia do Sul. Lá, a cidade mais afetada pode ser Busan, principalmente na terça-feira, 6, com rajadas de 200 km/h e chuva acumulada de mais de 250 milímetros. As ondas produzidas pelo tufão são mais de 13 metros, com um período de 12 segundos, o que o torna muito destrutivo nas costas onde irá impactar.
Conforme noticiado pela Bloomberg, a Japan Airlines havia paralisado todos os voos domésticos para Okinawa esperando que as condições melhorassem, algo que só deve acontecer no início do fim de semana. Esse tipo de ciclone tropical intenso gera uma elevação do nível do mar devido ao seu centro de pressão extremamente baixo, o que aumenta a capacidade destrutiva de suas ondas.
Se o cenário de previsão, que indica que o tufão se desloca para o norte em direção ao fim de semana e na próxima semana, for cumprido, é provável que grande parte do país seja afetada por chuvas intensas. E em alguns pontos soma-se ainda territórios saturados por eventos anteriores, aumentando a possibilidade de inundações repentinas.
Fonte: tempo.com