Um documento escrito por um famoso samurai foi recentemente descoberto em um museu na província de Hyogo, disse um professor japonês especializado na história medieval japonesa.
Date Masamune, um senhor de guerra do século XVI, foi o primeiro a dominar a região de Sendai, no nordeste do Japão. Ele era conhecido como o “Dragão de um olho”, pois perdeu o olho direito durante a infância.
Masamune tornou-se uma figura história muito conhecida no Japão, sendo retratado em filmes, animações e até mesmo em jogos.
Segundo Kenji Matsuo, professor emérito da Universidade de Yamagata, o documento mantido no Museu de História da Prefeitura de Hyogo foi escrito pelo famoso Masamune do período dos Reinos Combatentes nos séculos XV a XVI, baseando-se em seu selo usado nos últimos anos, o conteúdo da carta e registros de outras fontes históricas.
A carta centenária foi doada ao Museu de História da Prefeitura de Hyogo por uma pessoa física em 2019. Devido ao desgaste do tempo, havia partes ilegíveis na carta, no entanto, o professor Matsuo e outros estudiosos da cultura medieval japonesa conseguiram captar a mensagem.
O conteúdo da carta de 35 por 43 centímetros dizia:
“Na manhã de 16 de março, Hosokawa Tadatoshi visitará a residência de Date Masamune em Edo, se você não tem nenhum compromisso anterior, gostaria de se juntar?”
Matsuo acredita que a carta foi enviada ao samurai de alto escalão, Tsumaki Yoritoshi em 1635. E segundo a explicação do professor, Tsumaki não era um daimyo e sim um hatamoto com um feudo de apenas 7.500 koku de arroz, enquanto Masamune era um daimyo com um feudo de 620.000 koku.
Uma curiosidade sobre o samurai Masamune, é que ele era habilidoso em caligrafia, por isso algumas pessoas consideravam suas cartas como bens valiosos.
Acredita-se que das 4.500 cartas enviadas encontradas atualmente, cerca de 1.300 delas foram escritas pelo próprio samurai.
Segundo as informações históricas, comparado aos três unificadores do Japão, Masamune escreveu um número considerável de cartas.
Oda Nobunaga, por exemplo, escreveu pessoalmente apenas 10 das 1.500 cartas enviadas em seu nome, Toyotomi Hideyoshi escreveu 100 das 5.000 cartas enviadas, enquanto Tokugawa Ieyasu escreveu 30 das cerca de 2.500 cartas enviadas em seu nome.