A inflação no Japão recuou para 2,7% em agosto, após 3,1% em julho, influenciada pelos subsídios governamentais à energia, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (19). Apesar da queda, o forte aumento no preço do arroz — 68,8% em relação ao ano anterior — continua pesando sobre os consumidores.
O encarecimento do grão, atribuído a problemas climáticos, estoques reduzidos e compras preventivas após um alerta sísmico, gerou descontentamento popular e levou o primeiro-ministro Shigeru Ishiba a anunciar sua renúncia depois de perder a maioria no parlamento.
Analistas apontam que, embora a inflação tenha desacelerado, os preços ao consumidor seguem altos o suficiente para justificar a redução de estímulos pelo Banco do Japão, possivelmente já em outubro. O governo tenta conter a crise liberando estoques de arroz e revendo políticas agrícolas.
No cenário externo, a economia japonesa cresceu 1% no segundo trimestre, mas enfrenta queda nas exportações para os EUA, especialmente no setor automotivo, que registrou retração de 28,4% em agosto. A entrada em vigor de um pacto comercial reduziu tarifas americanas sobre carros japoneses de 27,5% para 15%, aliviando parte da pressão sobre o setor, responsável por um terço das exportações e 8% dos empregos no país.
Fonte: AFP









