Cada vez mais japoneses que enfrentam o “ninho vazio” ou o fim de relacionamentos têm encontrado companhia e propósito ao adotar cães de abrigos. Em Kanagawa, um casal de 57 e 53 anos decidiu acolher Peko, uma cadela de cerca de 7 anos, do Centro de Bem-Estar Animal local. Após a filha se tornar independente, eles buscaram um novo laço afetivo e optaram por adotar, em vez de comprar, para oferecer um lar a um animal necessitado.
Antes da adoção, o casal participou de uma oficina sobre cuidados e responsabilidades com cães de abrigo. Após um processo de entrevistas e seleção, Peko chegou à nova casa e mudou a rotina da família. Caminhadas diárias de até 45 minutos e mais interação social com vizinhos passaram a fazer parte do cotidiano. Apesar dos custos e cuidados extras, os donos afirmam que a presença da cadela trouxe alegria e energia: “Ela enriquece nossas vidas”, disse a esposa.
O veterinário Kiyoshi Kurita, do Centro Metropolitano de Cuidados e Consultas de Animais de Tóquio, ressalta que adotar um cão exige preparo e planejamento, especialmente entre pessoas mais velhas. Ele recomenda verificar a origem e o estado de saúde do animal, além de avaliar se o adotante terá condições de cuidar dele até o fim da vida.
Pesquisas mostram os benefícios emocionais e físicos dessa convivência. Segundo a Japan Pet Food Association, 39,4% dos tutores de cães afirmaram que suas vidas se tornaram mais alegres, e 34,4% relataram mais tranquilidade no dia a dia. Entre pessoas com mais de 50 anos, o fortalecimento dos laços familiares e o aumento da atividade física se destacaram como principais efeitos positivos. Um levantamento da Harumeku Age Marketing também apontou que mulheres de 50 a 83 anos com animais de estimação registram níveis de felicidade mais altos do que aquelas sem pets.
Fonte: The Japan News









