O número de falências corporativas no Japão ultrapassou 5.100 casos no primeiro semestre do ano fiscal, marcando o nível mais alto em 12 anos para o período entre abril e setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela empresa de pesquisa de crédito Tokyo Shoko Research.
Foram registrados 5.172 casos de falência, envolvendo dívidas de pelo menos 10 milhões de ienes, um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior — o quarto crescimento consecutivo. Pequenas empresas foram as mais afetadas: mais de 70% tinham menos de 10 milhões de ienes em capital ou menos de 100 milhões de ienes em dívida.
Apesar do aumento no número de casos, o passivo total caiu quase pela metade, 49,6%, totalizando 692,7 bilhões de ienes.
A escassez de mão de obra foi um dos principais fatores por trás das falências, com 202 casos relacionados à falta de trabalhadores — o maior número desde 2013. O aumento dos custos salariais respondeu por 72 desses casos, enquanto outros foram causados pela falta de candidatos a emprego (66) e por demissões (64).
“Empresas sem solidez financeira estão falindo porque não conseguem competir com os salários e condições oferecidos por grandes companhias”, explicou um representante da Tokyo Shoko Research.
A inflação persistente também continua a pressionar o setor empresarial. Houve 369 falências associadas à alta de preços, o terceiro aumento anual consecutivo, impulsionado pela desvalorização do iene e pelo encarecimento das importações de alimentos e energia.
Por setor, o de serviços liderou em número de falências, com 1.762 casos (alta de 4,1%), seguido pelo setor de construção, que enfrenta altos custos de materiais.
Analistas alertam que, se as pressões de custos e a escassez de mão de obra persistirem, o número de falências pode continuar subindo nos próximos meses, especialmente entre pequenas e médias empresas.
Fonte: Japan Today









