Bem, a essa altura alguém já deve ter te avisado que nem tudo que chegou ao seu WhatsApp é confiável, certo? Então, agora, os professores Pablo Ortellado (USP) e Fabrício Benvenuto (UFMG), com a agência Lupa, avaliaram 347 grupos do mensageiro e chegaram à conclusão de que apenas 8% das imagens compartilhadas são de fontes autênticas.
O estudo ficou de olho, em especial, na onda de fake news e desinformação que tem assolado o país ultimamente, entre os dias 16 de setembro e 7 de outubro — um período relevante ao primeiro turno das Eleições 2018. A amostra conta com grupos monitorados pelo projeto “Eleições sem Fake”, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No total foram avaliados 18 mil usuários com mais de 846 mil mensagens, entre textos, vídeos, imagens e links externos.
Das 50 imagens mais compartilhadas nos grupos estudados nessa pesquisa, 16% eram falsas, como uma montagem da ex-presidente Dilma com Che Guevara. As fotos reais descontextualizadas para apoiar teorias fictícias, assim como as sátiras e opiniões, foram classificadas como inadequadas. No total, 56% das imagens mais populares foram consideradas enganosas.
Mas o que fazer para evitar isso? O próprio WhatsApp foi acionado pela Lupa para reduzir o encaminhamento de mensagens para o máximo de cinco destinatários — atualmente, o limite é de 20 pessoas ou grupos. Só que a plataforma considerou a proposta inviável. “Nós discordamos. Na Índia, após uma série de linchamentos causados por boatos difundidos no aplicativo, o WhatsApp conseguiu implementar mudanças em poucos dias. Nossa situação é bastante grave. Estamos conclamando também o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e outras instituições com poder regulatório para agir”, respondeu oficialmente a companhia.