Com o aumento da longevidade e o alto custo de vida, idosos no Japão enfrentam crescente insegurança financeira, agravada por pensões modestas que muitas vezes não cobrem despesas básicas. A preocupação amplamente divulgada em 2019 sobre a necessidade de 20 milhões de ienes para a aposentadoria segue influenciando o debate, apesar de especialistas alertarem que o valor não é uma regra universal. Em cidades como Yoshino, muitos idosos vivem no limite, reduzindo gastos essenciais e abrindo mão de pequenos confortos.
A situação é ainda mais difícil entre aposentados de baixa renda, como Sato, de 89 anos, que vive sozinho em Tóquio com uma pensão de 70 mil ienes, destinando quase toda a renda ao cuidado da esposa em um lar de idosos. A convivência com vizinhos é o que impede que o isolamento se torne insuportável.
Para complementar a renda, cada vez mais idosos buscam empregos leves por meio de centros especializados, que relatam aumento de candidatos com mais de 70 — e até 90 — anos, muitos deles com histórico profissional interrompido por anos dedicados ao cuidado familiar.
Especialistas em finanças pessoais, como a planejadora Tsukakoshi Nanako, defendem o planejamento individualizado e o abandono da ideia fixa dos “20 milhões de ienes”. Ela orienta que cada pessoa avalie quanto receberá de pensão e quais serão seus gastos reais após a aposentadoria, que nem sempre diminuem como esperado. Também destaca que a idade ideal para começar a receber a aposentadoria depende não apenas de cálculos matemáticos sobre longevidade, mas do conforto financeiro necessário para cada indivíduo. Para jovens de 30 e 40 anos, ela recomenda investimentos de longo prazo, enquanto pessoas na faixa dos 60 devem focar na gestão detalhada do patrimônio e das finanças familiares.
Fonte: KTV News









