O terceiro semestre de 2018 – referente aos meses de julho, agosto e setembro – foi turbulento para o YouTube: a plataforma removeu cerca de 58 milhões de vídeos e mais de 224 milhões de comentários que violavam a política de publicações da empresa. Tudo isso aconteceu devido à forte pressão que o site de streaming vem recebendo sobre o conteúdo que vem sendo publicado.
A grande maioria dos vídeos removidos da plataforma possuíam conteúdos extremistas e de ódio que poderiam incitar a violência segundo os críticos. A pressão foi feita por parte de órgãos governamentais nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Para a União Europeia, esses sites deveriam sofrer multas altas caso não retirem do ar esse tipo de vídeo em até uma hora após terem sido notificados.
IA a favor da filtragem
O YouTube afirmou que a grande maioria dos vídeos retirados era spam e há algum tempo emite relatórios trimestrais sobre os esforços e as ações tomadas em relação a esse tipo de conteúdo. A plataforma já utiliza sistemas automáticos que, por meio de inteligência artificial, são capazes de identificar e apagar alguns vídeos impróprios.
Porém, algumas postagens no site são mais difíceis de ser identificados como discurso de ódio, às vezes até por seres humanos. Milhares de pessoas foram contratadas pelo YouTube para realizar essa tarefa, mas mesmo com mais de 10 mil funcionários dedicados a verificar vídeos na plataforma, a tarefa é impossível de ser realizada apenas por humanos. A tecnologia de detecção automática ainda é primitiva demais para funcionar como a empresa – e seus críticos – gostaria.
Contas na mira
Além dos vídeos e comentários, o YouTube também removeu 1,67 milhões de perfis com 50,2 milhões de vídeos publicados. 80% desses casos se deram por motivo de postagem de spam e 13% continham nudez, o que é proibido na plataforma. Apesar de tudo isso, o número de vídeos subidos para o site aumenta cada vez mais, assim como os comentários, tornando tudo ainda mais complicado para a empresa.
Como o YouTube vai solucionar essa bola de neve ainda é um mistério, mas certamente a empresa aposta em inteligência artificial para desenvolver um sistema mais preciso. Os esforços humanos também vão precisar aumentar, caso a plataforma não queira ter ainda mais dor de cabeça com a pressão dos críticos desse conteúdo.