A Sony carrega atualmente o título de maior fabricantes de câmeras para smartphones e deve manter a liderança também com a chegada da nova geração de sensores 3D — popularizados com a crescente tendência de reconhecimento facial mais apurado e com as tecnologias de realidade aumentada (RA).
A gigante japonesa vai incrementar a produção de sensores 3D, tanto para as câmeras frontais quanto traseiras, e esse aumento na montagem se dá pelo interesse da Apple. A companhia de Cupertino já usa os componentes com o TrueDepth e a cada temporada mostra mais interesse em se e aventurar com a RA — incluindo boatos sobre a construção de um headset capaz de processar RA e realidade virtual (RV) simultaneamente e com a impressionante resolução de 16K.
De acordo com o chefe da divisão de sensores da Sony, Satoshi Yoshihara, o setor 3D já opera de forma lucrativa e terá impacto expressivo nos lucros do ano fiscal que começa em abril. O executivo preferiu não falar em metas de vendas ou números de produção, mas enxerga inovação com a adoção massiva das câmeras 3D.
Aliás, ele acredita que daqui para frente serão necessárias apenas duas câmeras nos smartphones — uma 3D atrás e uma na frente, indo na contramão da multiplicação de sensores que temos visto nos últimos meses. “As câmeras revolucionaram os celulares e, com base no que eu vi, tenho a mesma expectativa para o 3D. O ritmo varia de acordo com o segmento, mas definitivamente veremos a adoção do 3D. Estou certo disso”, aposta Yoshihara.
Mas o que esses sensores 3D da Sony têm de especial?
A Sony controla cerca de metade do mercado de chips para câmeras e fornece a clientes como Apple, Alphabet e Samsung, embora Yoshihara tenha se recusado a identificá-los pelo nome, citando acordos de confidencialidade. A Huawei também vem usando essa tecnologia 3D em modelos da próxima geração.
Mas o que torna os sensores 3D tão especiais, à frente de rivais como a Lumentum. e STMicroelectronics? O executivo, afirma que a Sony usa uma abordagem diferente da “luz estruturada” dos outros chips, o que limita os concorrentes em termos de precisão e distância. A gigante japonesa usa um método chamado “tempo de voo”, que envia pulsos de laser invisíveis e mede quanto tempo leva para a resposta retornar, o que, segundo ele, cria modelos 3D mais detalhados e trabalha a distâncias de cinco metros.
Em uma demonstração prática, Yoshihara mostrou um aplicativo em que os usuários fizeram gestos específicos para lançar feitiços mágicos dentro de um jogo virtual. Em outro, o telefone calculou a profundidade da sala e exibiu com precisão um peixinho virtual nadando pela frente e por atrás de objetos reais.
A empresa, sediada em Tóquio, começou a fornecer kits de ferramentas de software para desenvolvedores externos, para que possam experimentar os chips e criar aplicativos que geram modelos de rostos para comunicação e objetos virtuais para compras online. Prepare-se, pois se 2019 promete uma invasão de câmeras 3D, isso quer dizer que a RA estará também em todos os lugares.