A descrição do trabalho de Akane Imamura é bem peculiar. Não são muitas pessoas no mundo que vão para o escritório todos os dias com o objetivo de desenvolver um rover lunar em miniatura. É isso que a engenheira faz desde 2017, quando começou a trabalhar na startup Ispace Inc.
A empresa já recebeu mais de US$ 90 milhões em investimentos de fundos apoiados pelo governo do Japão. A meta é transformar a exploração lunar em um negócio rentável. O primeiro passo é ser capaz de carregar instrumentos de clientes pela superfície do satélite, usando o rover. Eventualmente, a empresa espera encontrar água na superfície lunar e convertê-la em combustível. No longo prazo, pretende fornecer energia para uma colônia lunar habitável até 2040.
Para que o plano dê certo, Akane precisa ser bem-sucedida em sua função na startup. Aos 36 anos, a engenheira é responsável pelos elementos estruturais do robô. Isso inclui desde adaptar o formato das rodas à topografia lunar até escolher os materiais que permitam à máquina ser robusta e leve o suficiente. Segundo o cronograma, dois rovers da empresa serão lançados em 2021.
Um dos maiores desafios de desenvolver um veículo lunar é que não é possível fazer testes antes de ir ao espaço – o que seria economicamente inviável. Recentemente, ela e sua equipe conseguiram uma alternativa interessante. A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial tem uma instalação que simula a superfície e as condições da Luar. Lá, cortinas de blackout e holofotes copiam o forte contraste entre as regiões claras e escuras na Lua. Além disso, há um gigantesco poço de areia que tenta simular o solo escorregadio.