Imagine uma espécie de animal que foi declarada como extinta há mais de um século atrás. Seria possível ela ser vista hoje andando por uma floresta? Seria possível provar que é a mesma criatura? Essa é a questão que vem sendo discutida há algumas décadas no Japão em relação ao lobo fantasma.
Ele é uma subespécie do lobo cinza e foi visto andando pela última vez no país em 1905. Desde então, conservam-se apenas cinco exemplares empalhados do lobo fantasma ao redor do mundo — três no Japão, um nos Países Baixos e um no Reino Unido —, além de oito peles em perfeito estado.
Alguns japoneses, no entanto, afirmam ter visto e fotografado os lobos fantasma nas montanhas. É o caso de Hiroshi Yagi, que disse estar praticando montanhismo quando o pequeno animal cruzou sua frente sem medo. Ele ainda ofereceu um biscoito de arroz para o bicho e fez algumas fotos antes dele ir embora.
Ao analisarem as imagens, os especialistas disseram que ele era muito semelhante ao lobo fantasma, porém, por se tratar de um animal extinto há mais de um século, não era um exemplar dele. Foi quando aquela espécie passou a ser conhecida como o “cão selvagem de Chichibu”.
“Há inúmeras pessoas que afirmam terem visto, ouvido uivos, descoberto ossadas, pegadas ou pelos dos lobos fantasma e, assim, acreditam que ele ainda viva nas montanhas do Japão”, disse Alex Martin, um jornalista nipo-americano que começou sua busca depois de ouvir a história de Yagi.
A cultura japonesa costuma retratar lobos como figuras místicas e, em algumas cidades — como Chichibu — existem santuários para prestar homenagem aos animais. O Santuário de Mitsumine, por exemplo, foi fundado por um príncipe, que depois de se perder na montanha Okuchichibu foi guiado até retornar em segurança por um lobo branco. Tal história serviu de base para a animação do Studio Ghibli, Princesa Mononoke.