“Como será o futuro? Do que serão feitas as casas do amanhã? Quanto elas vão custar? E sobre as residências criadas em grandes cidades ou as pré-fabricadas?” Com essas perguntas, o governo norte-americano abre um vídeo que projeta os anos seguintes no setor da construção residencial, no período pós-Segunda Guerra Mundial. E qual era a concepção do que eles chamavam de futuro?
Basicamente, a chamada da “revista eletrônica” Army-Navy número 69, de 1945, sonhava com casas baratas e eficientes, algo que ainda hoje continua sendo a meta de todo mundo que procura um cantinho para morar. Esse ideal era ainda mais poderoso em um período de expansão, pois nos anos anteriores os esforços estavam todos voltados para a guerra.
A promessa era que a melhor moradia estava na loja. Isso raramente se concretizava, principalmente para a população negra — incluindo os veteranos que voltavam da linha de combate. Mas servia como incentivo para derrotar o fascismo e trazer os Aliados de volta para casa. O filme enfatiza o fato de que muitas das novas tecnologias desenvolvidas durante o conflito, como o Plexiglass para torres de artilharia, seriam incorporadas em bens de consumo em casa.
“Casa pré-fabricada” era a palavra da moda
Uma das idéias mais populares que surgiram do boom imobiliário do pós-guerra foi a noção de casas pré-fabricadas. Era uma alternativa para levar moradias baratas às massas — milhões de pessoas retornando da Segunda Guerra Mundial e precisariam de um lugar para morar.
A “cozinha do futuro” mostrada no vídeo ostenta pias brancas peroladas e alguns gadgets futuristas, como uma assadeira de waffle e um forno para carne embutidos. “E o interior dessas casas do amanhã vai brilhar com tantos dispositivos de economia de trabalho”, diz o narrador do vídeo. “Eficientes e agradáveis, elas serão limpos, bem iluminados, habilmente planejadas e fáceis de manter.”
Em 2008, a cozinha-modelo projetada pela empresa de vidro Libbey-Owens-Ford, chegou a revisitar os Estados Unidos dos anos 1940 para mostrar às pessoas o que o futuro tinha reservado. “As casas pré-fabricadas e as casas pré-montadas ainda estão em fase experimental, aguardando a palavra final dos homens e mulheres que farão a compra e o prédio”, adverte o narrador.
Hoje, pode-se dizer que muitos dos gadgets criados inicialmente para combater inimigos no front se tornaram utensílios para casas inteligentes e estamos muito próximos de ter residências que mais se parecem com filmes de ficção científica do que aquele vídeo gravado há mais de 70 anos. Paradoxalmente, os jovens atualmente estão menos preocupados com a casa própria e mais inclinados a pagar aluguel e gastar as economias em experiências, como viagens. O que os próximos 70 anos nos reserva?