O impacto financeiro e econômico do Coronavírus (COVID-19) será sentido por anos em todo o mundo. É impossível prever exatamente o que vai acontecer, mas com as recentes notícias de que o pacote de estímulo econômico do Japão foi aparentemente projetado para incentivar as empresas japonesas a mover fábricas para fora da China, parece veremos uma mudança significativa na maneira como as fabricantes de câmeras operam.
Quase todas as principais empresas fabricantes de câmeras e lentes são japonesas, incluindo a Canon, Nikon, Panasonic, Fujifilm, Sony, Sigma e Tamron. Na verdade, os únicos grandes nomes do segmento de câmeras que não vêm do Japão são Leica e Hasselblad – que não possuem uma fatia de mercado particularmente grande.
De acordo com informações da Bloomberg, o Japão destinou US$ 2,2 bilhões de seu pacote recorde de estímulo econômico para ajudar seus fabricantes a mudar a produção para fora da China à medida que o Coronavírus interrompe as cadeias de suprimentos entre os dois parceiros comerciais. O orçamento extra, definido para tentar compensar os efeitos devastadores da pandemia, inclui 220 bilhões de ienes (US$ 2 bilhões) para empresas que transferirem a produção de volta para o Japão e 23,5 bilhões de ienes para aqueles que buscam transferir a produção para outros países.
Este será mais um golpe duro para a China, já que muitos fabricantes de câmeras já haviam movido fábricas para fora do país, provavelmente devido às crescentes tensões na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. Para as empresas que já estão pensando em mover mais de sua produção de câmeras, ou toda ela, para fora da China, este incentivo financeiro certamente parece ser a oportunidade perfeita.
A China é o maior parceiro comercial do Japão em circunstâncias normais, mas as importações caíram quase pela metade em fevereiro. O surto de Coronavírus resultou no fechamento de fábricas e isso deixou os fabricantes japoneses sem muitos dos componentes necessários para seus produtos.