Muitos dos que passam pelos estúdios de tatuagem brasileiros pedem por desenhos com estilo asiático. De acordo com Daniel Couto, proprietário do iTattooclub, cerca de 15% dos clientes buscam inspiração nessas fontes para solicitar tattoos no local. O estúdio é rotativo e fica localizado em São Paulo.
No caso, a principal procura é pelas tatuagens japonesas. Carpa (Koi), Fênix e, claro, o Dragão Japonês são as representações que mais fazem sucesso no iTattooclub quando o assunto é desenho nipônico, segundo Couto.
No próprio Japão as tatuagens são amplamente ligadas às máfias, principalmente à organização criminosa Yakuza. No ano passado, a revista Rugby World e o jornal The Guardian, durante a Copa do Mundo da modalidade realizada no país, mostraram preocupação com os desenhos no corpo de atletas e fãs e recomendaram: para não ofender a população japonesa, o ideal seria andar com as tatuagens cobertas durante o evento.
Por aqui, a conotação desses desenhos tem significados totalmente diferentes. “As pessoas que pedem essas tatuagens estão interessadas em demonstrar bravura e força, por exemplo”, conta o empresário. “Nada a ver com máfias ou gangues”, brinca.
Em 2017, a Vice Austrália entrevistou o tatuador Horiyoshi III, famoso artista normalmente ligado aos desenhos da máfia. “Se a Yakuza quisesse usar tatuagens para mostrar ao público que são uma gangue, eles simplesmente teriam tatuagens visíveis e diriam que são Yakuzas. As tatuagens são para mostrar que eles têm a força para ajudar os fracos. Mas não precisam tornar isso público”, afirmou, à época, o tatuador.
Como no Ocidente os desenhos japoneses ganharam conceitos totalmente diferentes, também é comum encontrar por aí homenagens a animes japoneses, como personagens de Dragon Ball, Naruto, entre outros. “Nesses casos, em sua maioria, os clientes buscam fazer um tributo à infância, eternizando heróis e, algumas vezes, vilões que fizeram parte da época em que eram crianças”, conclui Couto.