O governo japonês pretende reformar o sistema de ensino superior ao introduzir programas integrados de cinco anos, combinando bacharelado e mestrado, em universidades de todo o país a partir do ano letivo de 2026, anunciou o Ministério da Educação nesta quarta-feira (8).
A proposta, apresentada a uma subcomissão do Conselho Central de Educação, busca aumentar o número de alunos de pós-graduação e formar mais profissionais especializados, em resposta ao envelhecimento populacional e à redução da força de trabalho no país.
No modelo atual, os estudantes cursam quatro anos de graduação e dois de mestrado. O novo sistema reduziria o tempo total para cinco anos, permitindo que os alunos iniciassem disciplinas de nível de mestrado ainda durante a graduação.
O formato lembra iniciativas já existentes em algumas universidades, como o programa de quatro anos da Universidade Keio, o curso de cinco anos da Universidade Hitotsubashi e o novo modelo 4+1 da Universidade de Tóquio, que deve estrear em 2027.
O ministério espera que a medida fortaleça a competitividade internacional do Japão e atraia mais estudantes estrangeiros, além de preparar melhor os jovens para o mercado de trabalho. Atualmente, apenas 12,6% dos formandos seguem para a pós-graduação — um índice bem inferior ao de países ocidentais.
As taxas variam entre áreas: 40% dos formandos em ciências e engenharia continuam os estudos, contra apenas 4,5% nas humanidades e 2,8% nas ciências sociais, segundo dados de 2023.
Durante as discussões, conselheiros alertaram para o risco de que a busca por eficiência comprometa a qualidade acadêmica, caso os prazos para teses de graduação e mestrado se tornem muito curtos. Também foi destacado que o sucesso da reforma dependerá de mudanças nas práticas de recrutamento: se as empresas não valorizarem explicitamente o título de mestrado, os estudantes podem não se sentir motivados a seguir o novo percurso acelerado.
Fonte: The Japan Times









