Já pensou em sangue feito por inteligência artificial? Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Defesa Nacional do Japão desenvolveram um sangue artificial que pode funcionar para todos os tipos sanguíneos e ser solução para transfusões.
De acordo com o relatório publicado pelos pesquisadores, a novidade poderia aumentar consideravelmente as chances de sobrevivência de pessoas que passaram por ferimentos graves.
A substância desenvolvida não requer compatibilidade de tipos sanguíneos e é mais fácil de armazenar do que o sangue convencional. O material é formado por frações de proteínas e lipídios, o que o torna parecido com as células humanas.
Mesmo em acidentes graves, é necessário confirmar o tipo sanguíneo de um paciente antes da transfusão, o que pode atrasar o procedimento. Se o sangue artificial passar a ser utilizado no futuro, essa barreira vai deixar de existir, permitindo que mais pessoas sejam salvas.
Outro benefício é o fato de que, diferentemente das transfusões entre humanos, o material não ocasionaria riscos comuns ao receptor, como infecções por vírus ou reações alérgicas, por exemplo.
Testes e uso no futuro
De acordo com os pesquisadores, testes realizados mostraram uma eficácia similar à de transações realizadas com sangue “de verdade”, sem efeitos colaterais.
“Você tende a pensar que quando precisar de uma transfusão sempre terá sangue disponível, mas a verdade é que o pessoal médico vive permanentemente preocupado com o fornecimento”, declarou o presidente da Megakaryon, Genjiro Miwa, um dos pesquisadores responsáveis do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Tóquio.
Miwa pretende que, para o ano 2020, a Megakaryon fabrique em série – a partir de material genético que pode ser conservado congelado por tempo ilimitado – concentrados de plaquetas e espera que, no futuro, a empresa possa fazer o mesmo com outras células sanguíneas.