A espaçonave japonesa Hayabusa 2 está perto de coletar amostras do asteroide Ryugu que está explorando atualmente, declarou uma equipe de astrônomos na sexta-feira (12), depois de aterrissarem com sucesso um veículo de exploração espacial no asteroide.
A sonda Hayabusa 2 chegou ao asteroide Ryugu, que está a 300 milhões de quilômetros da Terra, em junho passado, após uma viagem de três anos e meio. Ela levou consigo o explorador espacial MASCOT, ou Lander, como também é conhecido, que em 3 de outubro se separou da nave e aterrissou com sucesso na superfície do asteroide.
O Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que construiu o módulo de pouso em colaboração com a agência espacial francesa CNES, explicou que MASCOT explorou a superfície de Ryugu por mais de 17 horas, durante as quais foram coletados dados da superfície do asteroide.
Em 14 de outubro de 2018, a sonda Hayabusa 2 da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) iniciou sua segunda simulação de descida até o asteroide Ryugu para coletar amostras, ficando a uma distância mínima de 25 metros.
O objetivo de manter essa distância foi o de calibrar melhor o funcionamento e os ajustes do altímetro a laser da sonda, que em um primeiro teste de aproximação parou de ver a superfície do asteroide, obrigando o cancelamento da descida. O controle da missão acredita que isso aconteceu porque a superfície de Ryugu é mais escura do que se esperava, o que fez com que o altímetro parasse de receber sinais dele.
Antes disso, em 21 de setembro, a nave havia implantado seus 2 rovers, o Minerva II1A e o Minerva II1B, que já estão enviando as primeiras e fascinantes imagens do asteroide de apenas 900 metros de diâmetro. Se tudo correr como o planejado, espera-se que Hayabusa 2 passe vários meses perto do asteroide e retorne à Terra no final de 2020, trazendo as amostras coletadas.
Hayabusa2 successfully snapped a photograph of @MASCOT2018 as the lander separated from the spacecraft! https://t.co/8K2CMbgMMw pic.twitter.com/4QpI3CTks3
— HAYABUSA2@JAXA (@haya2e_jaxa) October 5, 2018
Acredita-se que os asteroides foram formados no alvorecer do Sistema Solar e os cientistas dizem que Ryugu pode conter matéria orgânica que ajudou a criar a vida na Terra.
A primeira sonda Hayabusa foi incapaz de reunir todo o material esperado, mas ainda assim fez história ao ser a primeira sonda a recuperar amostras de um asteroide diferente.
Our MINERVA-II1 rovers have sent back more images from the surface of Ryugu! Let’s take a look at these images in detail.
On September 23, 2018, We were able to confirm that Rover-1B hopped! [1/6]https://t.co/Fb60ozhqTd pic.twitter.com/8yD04TOJtK
— HAYABUSA2@JAXA (@haya2e_jaxa) September 27, 2018
Sua missão de sete anos terminou em 2010, quando ele caiu no deserto australiano.
Embora Hayabusa não esteja causando tanto impacto como a missão Rosetta, na qual a ESA conseguiu colocar sua sonda Philae na superfície do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, a missão Hayabusa 2 não é menos difícil nem menos importante. Seu objetivo não é simplesmente descansar sobre um asteroide, mas pegar amostras dele e voltar com elas para a Terra.
A agência japonesa anunciou que a primeira coleta de amostras foi adiada para janeiro de 2019.
No início a coleta estava prevista para o final de outubro de 2018, mas as imagens tiradas até agora de Ryugu mostram que sua superfície é muito mais irregular do que o esperado, por isso é necessário planejar cuidadosamente a manobra para garantir que Hayabusa 2 não se choque contra nenhuma das rochas que estão em sua superfície.
Nessa data, a sonda Hayabusa 2 lançará o MASCOT, um lander maior e melhor equipado com sistemas para analisar a superfície e enviar dados para a sonda. Nesse momento, Hayabusa 2 disparará um míssil de cobre de dois quilos na superfície do asteroide. O objetivo deste projétil é abrir uma cratera profunda o suficiente para expor estratos minerais do asteroide que permaneceram inalterados por milhares de anos. O vídeo a seguir descreve visualmente todo o processo.
https://youtu.be/8H4aZX_8hMA