Toda descoberta de novos exoplanetas pelo cosmos é celebrada pelos astrônomos, mas no que eles estão de olho mesmo é em mundos que potencialmente possam abrigar formas de vida. No entanto, para que um planeta possa oferecer as condições adequadas para que algo possa sobreviver nele, como você sabe, é preciso que ele se encontre na zona habitável de sua estrela, o que significa que o candidato deve estar a uma distância adequada de sua estrela – para que o astro não torre ou congele – de maneira que possa existir água em sua forma líquida em sua superfície.
Bem, os cientistas já encontraram milhares de exoplanetas (a conta já está em mais de 4 mil), mas, no que diz respeito à habitabilidade, os astrônomos não tiveram muita sorte ainda – muito menos com a descoberta de alienígenas. No entanto, um novo estudo pode ajudar (e muito!) na busca, uma vez que a pesquisa apontou que podem existir mundos por aí com melhores condições do que a Terra para abrigar formas de vida e que poderiam abrigar ainda mais organismos do que o nosso planeta. E onde devemos focar as nossas buscas? Em exoplanetas com oceanos.
Mundos repletos de vida
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Chicago, nos EUA, que partiram do princípio de que, aqui na Terra, a vida nos oceanos depende do que os cientistas chamam de “ressurgência”, isto é, do retorno de nutrientes que acabam se acumulando nas profundezas até áreas onde há incidência de raios solares e maior concenração de formas de vida que realizam fotossíntese. Sendo assim, a ideia é que, com uma maior circulação de nutrientes, maior seria a atividade biológica, e é nesse tipo de característica que devemos focar as buscas por exoplanetas que possam conter formas de vida.
Em sua pesquisa, os cientistas usaram um software desenvolvido pela NASA chamado ROCKE-3D para criar modelos de diferentes planetas rochosos para identificar quais, com base em sua dinâmica oceânica, ofereceriam as melhores condições para o surgimento e manutenção de organismos. Os resultados revelaram que mundos contendo continentes, ritmo de rotação mais lento e atmosferas mais densas são os que apresentam os maiores índices de ressurgência e, portanto, oferecem a melhor combinação de elementos necessários para a vida.
O interessante é que, segundo a pesquisa, é possível que existam exoplanetas por aí com condições ainda mais favoráveis do que o nosso para que organismos possam florescer – uma vez que, aqui na Terra, o ritmo de rotação é considerado elevado. Aliás, pode, inclusive, que alguns desses mundos tenham vida mais abundante e ativa do que o nosso!
Além disso, considerando que um levantamento recente apontou que até 35% dos exoplanetas rochosos maiores do que a Terra provavelmente abrigam água em sua forma líquida, o número de possíveis candidatos para busca de organismos extraterrestres é grande. E, agora, com esse novo parâmetro no radar dos cientistas, pode que a procura por mundos repletos de vida finalmente tenha mais sucesso.