O Japão deve enfrentar a maior escassez de mão de obra no setor de turismo e serviços do mundo até 2035, com um déficit projetado de 29%, segundo relatório divulgado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) em 30 de setembro. O estudo, intitulado Future of the Travel & Tourism Workforce e conduzido pela Universidade Politécnica de Hong Kong, avaliou o impacto do trabalho no setor em 20 países.
De acordo com o levantamento, o Japão será seguido por Grécia (27%) e Alemanha (26%) entre os países mais afetados pela falta de trabalhadores. No total, o déficit global de pessoal no turismo deve chegar a 43,1 milhões de pessoas, o equivalente a 16% da força de trabalho necessária para sustentar o crescimento do setor.
O WTTC destacou que reter e atrair talentos se tornou o maior desafio da indústria, após a pandemia de COVID-19 ter levado muitos profissionais qualificados — especialmente em cargos de gerência — a deixar o setor por insegurança e instabilidade.
“A incapacidade de atrair e reter talentos ameaça corroer a qualidade do serviço, um pilar essencial do turismo”, alertou o relatório.
O governo japonês planeja receber 60 milhões de visitantes estrangeiros por ano até 2030, mas o setor já enfrenta grave escassez de trabalhadores qualificados. Hotéis e restaurantes têm recorrido à automação, contratação de estrangeiros e até à redução de serviços para lidar com a alta demanda.
Mesmo com a expansão dos vistos para trabalhadores especializados em turismo, as dificuldades persistem. Um estudo do Instituto de Pesquisa da Ásia-Pacífico estima que o número de trabalhadores em hospedagem e alimentação cairá 1,9% até 2030, enquanto a demanda turística deve crescer 15,6%, indicando um desequilíbrio crescente.
Em agosto, o Japão recebeu 3,43 milhões de visitantes estrangeiros, alta de 16,9% em relação ao ano anterior. Ainda assim, 85% das empresas do setor afirmaram ter reduzido seus horários de funcionamento devido à falta de funcionários, segundo levantamento da Federação Japonesa de Sindicatos de Trabalhadores das Indústrias de Serviços e Turismo.
Fonte: The Japan Times








